Por que é tão importante desenvolver os gestores?

Hoje não é fácil ocupar uma função gerencial. A cobrança vem de todos os lados: dos acionistas, dos superiores, dos clientes, dos fornecedores, da sociedade e da equipe. Os colaboradores são mais questionadores e exigentes, querem ser ouvidos, ter autonomia e participar das decisões.

Os gestores são exemplos positivos ou negativos para a equipe, eles são os mais observados e seus comportamentos são modelados inconscientemente pelos colaboradores, por isso que desenvolvê-los é investir na disseminação de comportamentos valorizados pela empresa e na formação de novos líderes.

Para os colaboradores o gestor representa a empresa.  São os gestores que lidam diretamente com os colaboradores.  O funcionário julga a empresa pela forma com que é tratado por seu chefe imediato.  A imagem da empresa será boa ou ruim, de acordo como ele se sente na relação com seu superior.

Formação gerencial natural

Há uma prática muito comum nas empresas que é promover o melhor funcionário na função para um cargo gerencial e, em muitos casos, perdemos um excelente técnico e ganhamos um péssimo chefe.  E isso ocorre em empresas pequenas, grandes, privadas, públicas e multinacionais.

O que acontece é que eles aprendem fazendo e suas equipes são as cobaias.  Se eles tiveram bons líderes como modelos e se gostarem de lidar com pessoas, talvez errem menos, mas ainda vão errar. Às vezes participam de treinamentos gerenciais, cujo conteúdo não tem vinculação com a estratégia do negócio, nem com as necessidades específicas de desenvolvimento do gestor.

Quando os gestores não são preparados para ocupar uma função gerencial, eles costumam reproduzir bons ou maus modelos gerenciais que conheceram, da própria empresa, ou de empresas anteriores, às vezes bem diferentes da empresa atual.

Alguns desses gestores terão uma evolução gerencial dentro da própria empresa, assim desenvolvê-los é um cuidado que a organização deveria ter, uma vez que poderão ser gerentes e até diretores e sob o comando deles estará toda a força de trabalho da empresa.

A forma com que eles lidam com os colaboradores tem um impacto enorme no ambiente de trabalho e na motivação das pessoas.  Por essa razão, as organizações precisam ser mais rigorosas nos seus processos seletivos internos e externos para escolha desses profissionais e também precisam planejar ações de desenvolvimento gerencial para todos os gestores e específicas, de acordo com as necessidades individuais.

Formação gerencial planejada

Por volta de 1955, o americano Robert L. Katz sinalizou que um profissional em posição gerencial precisava de outras habilidades, além das técnicas que ele já desenvolvia na sua função.

Segundo o autor, o desempenho de qualquer papel gerencial, em qualquer nível, depende de três habilidades: Técnicas, Humanas e Conceituais.

No início da carreira gerencial, o gestor precisa de mais habilidades técnicas e menos habilidades conceituais. À medida que vai crescendo na hierarquia reduz a necessidade de habilidades técnicas e aumenta a de habilidades conceituais. Já as habilidades humanas têm a mesma importância em qualquer nível que o profissional esteja na hierarquia.

Há uma tendência dos profissionais de valorizarem o desenvolvimento das habilidades técnicas. Mas na função gerencial eles vão precisar cada vez mais das habilidades humanas e conceituais. O foco dos programas de desenvolvimento gerencial é suprir as necessidades de desenvolvimento das habilidades humanas e conceituais.

As habilidades humanas compreendem saber trabalhar com pessoas, capacidade de entender as pessoas, comunicar, desenvolver relacionamentos, liderar, cooperar, estimular a motivação, resolver conflitos, saber dar feedback, desenvolver a inteligência emocional etc.

As habilidades conceituais compreendem capacidade de compreender e lidar com a complexidade da organização, formular estratégias, trabalhar com ideias, teorias, planejamento, raciocínio abstrato, diagnóstico da situação e formulação de alternativas de solução dos problemas etc.

Muitas empresas levam a sério essa missão de desenvolver seus gestores, mas a maioria não prioriza essa atividade por vários motivos: falta de dinheiro, não considera importante, acredita que não é sua responsabilidade etc.

“Se acreditas que a formação é cara… experimenta a ignorância.”

Derek Bok (ex-reitor Harvard University)

Conclusão

É claro que existem gestores excelentes, por vários motivos: devido às suas características pessoais,  tiveram bons modelos, participaram de ações de desenvolvimento gerencial em outras empresas, ou porque arcaram por conta própria com o custo do seu desenvolvimento.

Acreditamos que as empresas não devem ficar à mercê da sorte de encontrar esses profissionais, até porque eles são minoria.  Além disso, a empresa precisa desenvolver seus gestores com foco nas prioridades do seu negócio, selecionando as competências que precisarão ser desenvolvidas para contribuir com o alcance dos resultados.

O desenvolvimento gerencial não é despesa, é investimento na sobrevivência e no futuro da organização, que depende da atuação dos atuais e futuros gestores.

“As pessoas determinam a capacidade de desempenho de uma organização. Nenhuma organização pode ir melhor do que as pessoas que tem. Toda organização desenvolve pessoas; não há escolhas. Ou ela as ajuda a crescer ou impede seu crescimento. Ou as forma ou as deforma.”

Peter Drucker, 1992.

Elizabeth Valeriano

  • Sócia-diretora da Valeriano Educação Corporativa, consultora especializada em programas gerenciais como: comunicação interpessoal, feedback, liderança, líder coach, liderança situacional, gestão de pessoas, gestão de conflitos, gestão do tempo, desenvolvimento de supervisores; e em programas para desenvolvimento de equipes, comunicação, relacionamento, inteligência emocional e atendimento a clientes.

Por que treinar seus colaboradores?

Os desafios surgem diariamente para as empresas, e para que se mantenham competitivas, precisam estar constantemente desenvolvendo o capital intelectual de seus colaboradores com novos conhecimentos, novas habilidades e novas atitudes.

Vantagens de realizar treinamentos fechados para a empresa:

  • Permite uma melhor adequação dos conteúdos às necessidades da empresa;
  • É mais econômico trazer o instrutor do que deslocar vários funcionários;
  • Maior integração e relacionamento entre departamentos e equipes;
  • Aumento do aprendizado pela troca de experiência entre os participantes;
  • Maior sigilo de particularidades da empresa.

Há 25 anos, realizamos treinamentos abertos e fechados, para equipes gerenciais, técnicas, administrativas, operacionais e de linha de frente, em indústrias e empresas de serviços, públicas e privadas, em âmbito nacional, sobre diversos temas.

Visite o nosso site e conheça os alguns dos treinamentos que realizamos.  Outros temas poderão ser desenvolvidos, de acordo com a necessidade da empresa.

www.valerianoeducacao.com.br

 

O feedback pode salvar carreiras e reduzir demissões

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Feedback, quer dizer retroalimentar, dar um retorno.  No mundo corporativo a palavra é usada com alguns sentidos, vou citar três:

  • Dar um retorno sobre uma informação, sobre o andamento de um trabalho etc.
  • Dar informações sobre como a atuação de um colega está afetando o trabalho ou a equipe.
  • Dar um retorno ou avaliar o comportamento ou desempenho de um subordinado.

O objetivo deste post é falar sobre a necessidade e importância do terceiro sentido da palavra feedback nas organizações.

O feedback é uma das principais atribuições da função gerencial, que ainda precisa ser muito praticada. Os profissionais precisam saber se estão atendendo às expectativas do seu gestor e da empresa; o que precisam melhorar e o que estão desempenhando com excelência.  As empresas perdem muitos talentos que não foram desenvolvidos por falta de feedback ou porque receberam feedbacks inadequados ou injustos.

O feedback pode ser positivo ou corretivo.

Positivo é o elogio ou reconhecimento por um desempenho ou comportamento excelente. O corretivo é uma crítica sobre um desempenho ou comportamento que precisa ser melhorado.

Muitas demissões seriam evitadas se o gestor mantivesse seu pessoal informado a respeito do seu desempenho.  Quando uma empresa contrata um profissional, ela tem uma expectativa do desempenho e comportamento que ele deve ter na empresa.  Isso deveria ser informado à pessoa em seu primeiro dia de trabalho, com clareza e transparência.  Muitas vezes as pessoas cometem erros porque não foram avisadas de que aquele comportamento seria inadequado.  Sempre que esse profissional “sair da linha” que foi traçada para ele, é responsabilidade do gestor informá-lo da forma correta de agir e trazê-lo para o caminho correto. É cruel não informar a uma pessoa que ela não está agindo como a empresa gostaria que ela agisse.  É cruel assistir passivamente a um profissional arruinar sua carreira e cavar sua demissão, por falta de orientação.

Elogios devem ser para comportamentos ou desempenhos que se destacam. Quando um gestor elogia o tempo todo, por qualquer coisa, banaliza e desvaloriza uma excelente ferramenta de reconhecimento. Ainda há muita dificuldade em se elogiar, essa é uma grande reclamação dos colaboradores, em todos os níveis da hierarquia.  Alguns gestores dizem que “Fazer bem feito não é mais do que sua obrigação”,  “Ele é pago para isso”,  “Elogiar estraga” etc. Mas hoje já se percebe uma prática maior de elogios.

O feedback corretivo é o nosso grande aprendizado. Nossa cultura lida mal com a crítica, por isso os gestores têm dificuldade de criticar e os colaboradores têm dificuldade em receber crítica.  Muitos gestores acreditam que os colaboradores têm que perceber quando estão errando.  Além de muitos não perceberem, eles também não tem noção do impacto negativo do seu comportamento.  E assim, os chefes adiam a conversa que eles precisam ter com as pessoas ou nunca realizam essa conversa.  Como os funcionários não são avisados de que estão errando, continuam errando, errando…

Duas situações ocorrem com frequência, ou o chefe explode com o funcionário, que não entende a razão da agressividade de seu superior, ou demite a pessoa, sem maiores explicações.

Critérios para utilização do feedback

O feedback não deve ser aplicado apenas no momento da avaliação de desempenho, ele deve ser realizado no momento em que as situações acontecem. Críticas devem ser aplicadas em, no máximo, vinte e quatro horas. Já os elogios devem ser aplicados o mais rápido que puder.  Se possível, no momento em que o comportamento ou desempenho excelente acontece.

Devemos ter alguns critérios tanto com o feedback positivo quanto com o corretivo. Entre os cuidados com o feedback corretivo é que ele seja feito em particular e que seja específico, que se tenha fatos, exemplos da situação errada. Entre os cuidados com o feedback positivo ele também deve ser específico, apresentando fatos, também se deve evitar falar dos comportamentos negativos no momento do elogio, bem como fazer brincadeiras na hora de elogiar, como por exemplo: “Nossa, não esperava isso de você!” “Meu Deus, ele pensa!” e outras coisas mais.

Realmente não é fácil praticar o feedback, atualmente para a maioria dos gestores, o mais difícil é fazer a crítica, mas é um direito do trabalhador.  E alguns profissionais, principalmente os mais jovens, têm a coragem de perguntar ao superior o que ele tem a dizer sobre o trabalho dele.   Em livros e treinamentos são apresentados vários modelos para se praticar o feedback corretivo, sem que ele se transforme num assédio moral.

O feedback é uma excelente ferramenta de desenvolvimento, promovemos o crescimento das pessoas quando as corrigimos e quando reconhecemos seus desempenhos excelentes.

Elizabeth Valeriano

  • Sócia-diretora da Valeriano Educação Corporativa, consultora especializada em programas gerenciais como: comunicação interpessoal, feedback, liderança, líder coach, liderança situacional, gestão de pessoas, gestão de conflitos, gestão do tempo, desenvolvimento de supervisores; e em programas para desenvolvimento de equipes, comunicação, relacionamento, inteligência emocional e atendimento a clientes.