Pimenta nos olhos dos outros arde, como arderia nos nossos!

Já pararam para pensar por qual razão temos praticado tão pouca nossa educação e empatia nos dias de hoje?

Por que a maioria dos selecionadores não informa aos candidatos que ele não foi aprovado ou que o processo seletivo foi cancelado, sabendo que o candidato investiu tempo, dinheiro e emoção para estar ali?

Por que a maioria dos profissionais de treinamento/RH não informa aos consultores que a proposta dele não foi aprovada ou que a demanda foi cancelada, sabendo que o consultor investiu tempo preparando a proposta ou até se disponibilizando para ir à empresa para apresentá-la pessoalmente.

Qual a dificuldade que temos em honrar com os compromissos e reuniões que planejamos? Não deveria ser necessário que as outras partes ficassem confirmando a programação nos dias que antecedem os compromissos.

Por que os pacientes não informam as secretárias dos médicos e aos laboratórios que não poderão ir à consulta ou fazer o exame? É muito difícil entender que quando uma pessoa falta a uma consulta, o médico perde parte de sua fonte de renda e outra pessoa poderia ser atendida no lugar dele?

Por que não informamos aos amigos que não poderemos ir à sua festa mesmo sabendo que ficaríamos tristes com a ausência deles nas nossas próprias festas? Indiretamente estamos dizendo que eles não são importantes para nós, mesmo sabendo que quando organizam uma festa já consideram um percentual de faltosos.

Qual a dificuldade em dar uma posição para o cliente interno ou externo quando se recebe um e-mail com alguma solicitação? O que nos impede de informar se podemos atender ou não, ou em quanto tempo poderemos atender mesmo sabendo que nos incomodamos com a ausência de resposta de outras pessoas?

Existem muitos outros exemplos, mas esses foram os que vieram à nossa lembrança agora! E não sabemos como isso acontece em todo o Brasil, mas no Rio de Janeiro esse comportamento é lamentavelmente muito comum (mas como toda regra, claro que felizmente também existem exceções).

Por qual razão nos comportamos dessa maneira?  Será vergonha, medo de desagradar, falta de respeito, falta de compromisso, falta de empatia ou tudo isso?

Será que um selecionador precisará ficar desempregado para sentir na pele a angústia de um candidato enquanto aguarda a resposta da empresa?

Será que um profissional de treinamento/RH precisará tornar-se consultor para entender a necessidade do especialista em ter uma posição da empresa?

No caso do pessoal de RH, selecionadores e pessoal de treinamento, isso é mais grave porque eles representam a empresa diante dos candidatos e dos consultores.  Esse comportamento pode passar uma imagem negativa da empresa.

Para minimizar os impactos da falta de compromisso e empatia gastamos tempo e dinheiro, confirmando reuniões diversas vezes antes delas acontecerem, secretárias de médicos ligam na véspera para confirmar, laboratórios e clínicas costumam passar uma mensagem pedindo a confirmação do exame. Tempo esse que poderia estar sendo dispendido em tarefas muito mais produtivas.

Não sei se sempre fomos assim, mas hoje temos percebido isso de forma muito mais crítica. Precisamos apenas começar a dar sinais de respeito, educação e, acima de tudo, empatia com quem confiou na gente, disponibilizou seu tempo, emoção e até dinheiro para nos atender. Precisamos começar a incorporar o hábito de se colocar no lugar do outro no nosso dia-a-dia.

Afinal, se não gostamos quando fazem com a gente, por que continuamos a nos comportar assim com os outros? Já está na hora de praticarmos a releitura de um velho ditado: Pimenta nos olhos dos outros vai sempre arder como arderia nos nosso!

Elizabeth Valeriano e Juliana Valeriano

7 respostas
  1. Sueli Matos Direne
    Sueli Matos Direne says:

    Maravilhaaaaaa!!!
    Perfeitas colocações !!!
    Empatia é uma palavra bonita de se dizer mas difícil de praticar. Temos dificuldades de ver com os olhos dos outros, de sentir como ele sentiria porque não temos os mesmos valores. Mas nos casos que vc citou isso é ainda mais grave, pois se tratam de relacionamentos interligados e interdependentes.
    Se quisernos ver alguma mudança nesse país, devemos começar com pequenas novas atitudes como essas, que só dependem da gente, do nosso querer e de muita disciplina e determinação para mudar hábitos.
    De nada adianta criticarmos governos e seus representantes se sequer participamos de nossas reuniões de condomínio 😠😠😠

  2. Laís Melo
    Laís Melo says:

    Texto perfeito! Com o exercício da empatia, poderíamos melhorar muito os nossos relacionamentos e se todo mundo percebesse na própria vida, de que forma poderia se tornar mais empático, a nossa casa, nossa comunidade, nosso país (que sonho 💚💛) se transformaria completamente!

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